quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Por um momento apenas...


Quero um pedacinho de tempo para poder descansar esse peso do mundo que estou sentindo em meus ombros... Um tempo onde não me perguntem nada, nem me peçam nada, apenas me permitam o direito de dar vazão ao pranto que venho engolindo com o café da manhã de todos os dias, enquanto visto a máscara de 'olhem como sou valente e forte'...

Quero ser a criança que pode chorar livremente sob o beneplácito da manha, até que me ponham no colo, restabelecendo assim o equilíbrio de que necessito para dormir em paz.

Quero ser criança novamente e me esconder no vão da escada para que todos me procurem e se preocupem comigo (ainda que, ao me encontrarem, me ponham de castigo pela traquinagem...).

Quero ser amiga, também, nas horas em que tudo pareça ter se perdido e encontrar apenas um ombro onde possa repousar meu cansaço, um ombro que seja tão somente silencioso... E impregnado de compreensão.

Quero deixar que me invada toda a dor do mundo neste instante, porque ela é minha, é real e é única, e que, como tal, que seja aceita e compreendida... Mesmo que eu não a aceite e não saiba lidar com ela.

E quero poder dizer isto — deste jeito:

'ESTOU DOENDO, SIM' — sem assustar ninguém, ou sem causar uma revolução tão grande que meu mundo pareça ainda mais desabitado...

Daqui a pouco tudo vai parecer diferente e novo, eu sei.

Vou secar os olhos e vou à luta outra vez e da dor hei de ressurgir mais fortalecida...

'PORQUE SOU NOVENTA E NOVE POR CENTO FEITO DE MATÉRIA QUE DIFICILMENTE SE DESINTEGRA'...

Então, por favor...; por um momento apenas... Neste meu pequeno momento mais que humano, neste meu miserável um por cento de fragilidade, me deixem ser igual a todo mundo... E simplesmente chorar....

(Maria Teresa Albani)

Recebi este texto há muito tempo. Uma pessoa muito querida enviou-me por e-mail quando passava por um momento muito complicado em minha vida.

E mesmo em momentos como aquele não senti vontade de postá-lo aqui, pois eu mesma conseguia gritar e expressar meus sentimentos...
Agora, nem isso ao menos...
Mas creio, que “ISSO TAMBÉM PASSARÁ”!