Os Natais em família...

Lembro-me da mesa farta, das brigas dos meus pais pra ver quem organizava o que. Me lembro também do cheirinho do peru assando a tarde toda, e das vezes que me queimei na frigideira de rabanadas. Recordo-me ainda das pouca vezes que passei a ceia de natal junto à minha família paterna, o cheirinho das Filhoses da minha avó ainda se fazem presente... Em outro momento minha mãe e eu passávamos o dia todo montando e decorando a arvore natalina, e era um festejo só quando íamos comprar novos enfeites...

Eu, como sempre muito danada, já começava a revirar os cantos da casa um mês antes, em busca dos meus presentes... Sempre soube que o bom velhinho “Santa Clauss” era uma farsa. A casa sempre cheia, minhas tias, primas, amigos... Todos lá em casa, era sempre uma grande festa. Muita bebida e petiscos às pampas. (Huumm os pistaches...)

Passeando pelo passado, ainda posso ver as ruas coloridas e as janelas iluminadas, enfeites em todas as casas e até as mais simples prestigiavam essa data com uma guirlandinha se quer. Todos se preparavam para a grande noite com muito carinho e esperança.

Hoje as coisas mudaram, e não só para mim, não por conseqüência da separação de meus pais, ou por eu fazer parte de mais uma instituição familiar falida.

No mundo atual, não existe mais a mesma esperança de outrora, as famílias são as mesmas, mas não mais com os mesmos princípios. Muitos pais assim como os meus, não mais permanecem juntos, e minha geração foi perdendo o espírito de natal que herdara das gerações passadas. Tornamos-nos incrédulos, já não temos mais a certeza de que os poucos votos de boas novas serão verdadeiros e não mandados como SPAM por e-mail ou Scraps Orkutianos, e outros tantos, simplesmente não ligam.

Sinto falta das cartinhas que chegavam pelo correio e nós às pendurávamos nas hastes da arvore, tinha ano que já não se via galho inteiro, todos estavam tomados por cartões postais... Cada um mais lindo que o outro. Para alguns de minha geração isso é apenas passado... Para mim são lembranças lindas que não voltam mais. Um passado nem tão distante, que deixou muita saudade.

E é por isso que eu conservo com todo carinho a única decoração de natal que tenho em casa: Uma botinha que o Thiago ganhou de uma terceira pessoa, cuja o nome nem sei qual é!